Estresse é um fator de risco para câncer

Atualmente o estresse vem aumentando na população de maneira vertiginosa, e é também  considerado como um dos principais FATORES DE RISCO DO CÂNCER. Isso pode ser um dos motivos que faz a quantidade de casos de tumores malignos não parar de crescer. Mas será que é verdade?

A probabilidade é bastante alta e vem sendo confirmada pelos médicos especialistas. Caso você viva estressado e sempre se pergunta se deve tirar mais tempo para cuidar da sua saúde mental, esse artigo é para você. Nele entenderemos por que o estresse não é algo que “está na sua cabeça”, mas sim que precisa de tratamento urgente.

Afinal de contas, ele pode trazer consequências graves para seu organismo, inclusive um quadro de câncer.

Antes de começar: você sabe a diferença entre fator de risco e causa das doenças?

Fator de risco é um fator cuja presença aumenta a chance de uma doença ou agravo à saúde ocorrer, mas não pode ser implicado como causa.

Causa é aquela que está presente sempre que a doença ocorre, e a doença não acontece se ela não estiver presente. É, portanto, necessária para que o efeito ou doença ocorra.

Desta forma, ao estar exposto a um fator de risco, aumentam as chances de uma doença se instalar, mas não significa que a doença necessariamente se manifestará. Ainda assim, é muito importante cuidados em relação aos fatores de risco como medida efetiva de prevenção de doenças.

Fatores de risco do câncer estão ficando mais presentes no dia a dia

Um estudo divulgado pela Agência Para Pesquisa do Câncer (órgão ligado à OMS) estima que até 2040 os casos de câncer tenham aumentado em 63%. Assim, os números chegariam a cerca de 29,4 milhões de novos casos no Brasil, com 16,3 milhões de mortes.

É inegável: o câncer não para de espalhar-se na sociedade moderna. Mas por que será que isso acontece? Além da evolução das tecnologias para diagnóstico da doença, é provável que a maior presença de fatores de risco do câncer esteja ligada a esse fenômeno.

A mesma pesquisa indicou a mudança dos estilos de vida atual como um dos principais fatores de risco do câncer. Isso inclui mudanças, como obesidade, sedentarismo, alterações na alimentação e, é claro, um velho amigo dos psicólogos: o estresse, como indica outro estudo americano.

No Congresso da American Association for CancerResearch (AACR) em 2019 em Atlanta, nos Estados Unidos, especialistas do mundo inteiro debateram intensamente a relação entre estresse e câncer, na busca de achados científicos que possam comprovar se realmente existem associações entre os dois. E as evidências de que existem impactos do estresse nos hormônios, glicose, imunidade, níveis inflamatórios, entre outros fatores, indicam a relação do estresse com os fatores de risco oncológicos.

Todas estas mudanças e impactos geram alterações importantes no organismo, que eventualmente podem levar a doenças crônicas e alterações a níveis celulares. É exatamente isso que vamos entender melhor no restante deste artigo.

O que é o estresse exatamente?

Para entendermos exatamente essa alteração no organismo que pode ser um dos fatores de risco do câncer seria interessante realizar um exercício de imaginação. Pense que agora você é um homem primitivo na savana africana.

Enquanto busca alimento você se depara com um predador bem maior que você e ele também o percebeu. Enquanto um homem moderno poderia tirar alguns minutos para considerar o risco, identificar a espécie e provavelmente chamar ajuda através de dispositivos móveis, o homem primitivo não tinha acesso a qualquer tipo de recurso.

Só existem duas opções para esse ser humano que se depara com uma ameaça: lutar ou fugir. Essa decisão tomada em um milésimo de segundo é responsável por assegurar a sobrevivência da humanidade e de muitas espécies animais. E é aquilo que chamamos de estresse.

Quando uma experiência sensorial ou emocional possui efeitos nocivos, ou possivelmente nocivos, para nós passamos pela experiência estressante. Ou seja, uma série de alterações em processos metabólicos que permitem realizar a luta ou fuga.

No entanto, não existem relatos sobre o estresse em humanos primitivos como um dos fatores de alta mortalidade. Isso porque o corpo humano está muito bem adaptado para enfrentar ansiedade, estresse e outras alterações em doses moderadas. Mas não da forma contínua como ocorre hoje, como veremos a seguir. 

Como o estresse pode gerar fatores de risco do câncer?

Para o homem primitivo que avaliamos no trecho anterior, o estresse ocorria diariamente em doses homeopáticas. Ele iniciava e assim que o humano terminasse de lutar com seu predador ou fugir, estava acabado. Bastava recuperar a energia, descansar e seguir vivendo.

Hoje vivemos em uma sociedade de estresse quase constante. Pense em todas a situações que o irritaram desde que acordou pela manhã. Trânsito, trabalho, problemas na escola ou família. Tudo gera estímulos estressantes que não deixam o corpo se recuperar.

Etapas do estresse

Como tudo na vida, o estresse possui fases. Vale a pena lembrar que esse é um estímulo de urgência que deveria durar pouco tempo. Enquanto descrevemos as alterações que ocorrem no organismo em cada uma delas, imagine como isso pode prejudicá-lo a longo prazo.

Alarme

É quando o sistema nervoso identifica a ameaça ou estímulo estressante. O sistema neuroendócrino entra em ação e as glândulas adrenais produzem os hormônios do estresse, que incluem:·Adrenalina;·Noradrenalina;·Cortisol.

Rapidamente esses hormônios estão em circulação no organismo e começam a fazer efeito gerando:·Batimentos cardíacos acelerados;·Pupilas dilatadas;·Maior sudorese e níveis de açúcar no sangue;·Menor atividade digestiva;·Contração do baço para jogar mais hemácias na corrente sanguínea;·Redução nas defesas do organismo.

Tudo isso faz parte da preparação para luta ou fuga. Assim conseguimos focar e despender mais energia na solução para a ameaça e preservar nossa sobrevivência.

Reparo

Logo após a luta ou fuga, o organismo volta ao normal e começa a reparar os danos e reduzir os níveis hormonais. É um processo rápido e que deveria deixar o corpo “como novo”, mas não é bem isso que ocorre para quem sofre com altos níveis de estresse.

Exaustão

Nem sempre a resposta ao estresse termina em poucos minutos. Na realidade, hoje em dia é mais comum que ela persista durante todo o dia e até torne-se rotina na vida. Assim, os níveis hormonais demoram muito para baixar, e aqueles efeitos que vimos na primeira etapa do estresse ocorrem por mais tempo.

Eventualmente o organismo chega ao terceiro estágio, a exaustão. Nele já fica difícil reparar todos os danos causados ao corpo e ao sistema imunológico. Em parte, a exaustão é um dos motivos pelos quais o estresse já é considerado um dos fatores de risco do câncer.

Resposta imunológica ao estresse

Quando estamos estressados passamos por todas aquelas alterações que mencionei, correto? O sistema imunológico sofre, em especial com uma queda brusca na produção de leucócitos. Essas células são responsáveis por combater invasores, como infecções e inflamações.

Além disso, as células defensoras do organismo que permanecem são direcionadas para áreas estratégicas. Estudos em alguns mamíferos mostram que os leucócitos em indivíduos estressados costumam estar mais concentrados na pele. A teoria é que caso ocorra uma lesão durante a fuga ou luta o sistema imunológico poderá suprimir uma possível infecção rapidamente.

Como resultado, quem é estressado torna-se também imunossuprimido. Além de ser mais suscetível a gripes, doenças virais e vários tipos de infecções e inflamações, também aumentam as chances de desenvolver câncer.

Isso ocorre porque os linfócitos NK (“natural killers”) sofrem alterações e deixam de realizar sua função com eficiência. Eles são responsáveis por destruir células alteradas dentro de nossos organismos que podem formar tumores. Sabe o que isso significa? Que se uma célula dividir-se de forma errada e gerar uma mutação que pode virar um câncer, o sistema imunológico não está pronto para combatê-la.

Como evitar fatores de risco do câncer: evite o estresse

Quem pensa que estresse é só parte da vida ou coisa da sua cabeça precisa revisar suas ideias urgentemente! Ele é um dos fatores de risco do câncer que mais nos afeta diariamente. Por isso, é importantíssimo realizarmos alterações de estilo de vida para conseguirmos prevenir o surgimento de tumores.

Recomendo que você, que deseja viver muito e viver muito bem, reveja suas atividades diárias. Comece a comer melhor, exercitar-se mais e cuidar da sua mente. Aprenda a lidar com situações potencialmente estressantes e, quando o problema for muito grande, busque ajuda. É a melhor forma de manter seu bem-estar e ter uma vida mais plena.

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